Projeto Artesania do Papel
Quem somos:
Artistas e
artesãos que trabalham com o papel utilizando-o como superfície para desenhos,
gravuras e outras técnicas, cujas matérias-primas são a fibra vegetal e a
reciclagem. Criamos papeis artesanais, origamis, quilling, papel machê,
papietagem, papéis marmorizados, esculturas, bijuterias, bolsas, papelão
prensado, convites, cartões, agendas, cadernos e encadernações especiais.
O que propomos:
1 – Realização
de feiras artesanais (que já acontecem desde 2003), duas vezes por ano, em
espaços culturais populares, como os mercados distritais, e em outros espaços
como a Casa do Conde; Centro Cultural da Prefeitura, Casa Una de Cultura,
Espaço Cento e Quatro, Centro Cultural da UFMG..., espaços esses que priorizam
a Cultura e a Arte e que viabilizam a comercialização dos produtos, como nas
feiras.
2 – Exposições
de Arte com trabalhos sobre e com papéis industriais e artesanais.
3 – Exposições
didáticas sobre papel, com demonstração de todo o processo da confecção, desde
a extração das fibras vegetais e suas particularidades com apresentação de
vídeos e palestras.
4 – a criação de uma Papeloteca -
Artesania do Papel em Minas Gerais -
que teve o seu início oficial, no Festival de Inverno da UFMG, em Diamantina,
tendo como mestra a Prof.ª Marlene Trindade, em julho de 1981.
História
O primeiro
curso oficial de papel artesanal aconteceu no Festival de Inverno, em 1981 em Diamantina. Marlene
Trindade era professora de tecelagem e cestaria na escola de
Belas Artes da UFMG, e em 1980, foi incentivada pelos alunos daquele ano, Diva
Buss, Joice Saturnino, Nícia Mafra, Lincoln Volpini, entre outros, a fazer um
projeto para o Festival de Inverno, baseado nas experiências feitas por ela na
Escola e que levaram a aluna Diva Buss a fazer uma exposição de papel artesanal
com diferentes fibras vegetais, na Associação Médica de Belo Horizonte.
Vera Queiroz,
que já era formada em desenho e gravura pela mesma Escola e que também tinha
sido aluna de tecelagem da professora, Marlene Trindade visitou esta exposição,
constatando as várias possibilidades do papel artesanal que, na época, era
pouco conhecido, só acontecendo nas experiências de alguns artistas plásticos
mais curiosos. Um dos problemas da época, para os desenhistas e gravadores, era
o papel. Não tínhamos, no Brasil, papéis de boa qualidade e, por isso, o
recurso era a utilização dos importados que eram muito caros. Com as infinitas
possibilidades de qualidade e beleza, o papel feito à mão, o papel reciclado e
o papel confeccionado através das fibras vegetais, foi uma saída para os
artistas que se aventuraram a trabalhar com o novo material. Vinte alunos
participaram deste primeiro Curso de Papel Artesanal, em Diamantina. Os que
mais se dedicaram, a partir daí, foram Vera Queiroz, Joice Saturnino, Nícia
Mafra, Lincoln Volpini, Edna Moura, Paulo Dias, de BH e Hilau Sami, de Vitória.
Aqui em BH,
Oswaldo Medeiros, Paulo Giordano, Fernando Tavares, artistas gravadores da
Oficina Goeldi, com orientação da Marlene Trindade, faziam papéis usando a
celulose industrial mais trapos de algodão para os seus trabalhos.
Seguindo a
linha do Festival de Inverno, em 1982, Nícia Mafra e Lincoln Volpini,
ministraram um curso de iniciação ao papel artesanal e Marlene Trindade
ministrou um curso de especialização para três alunas. Uma delas, Glória
Lamounier, professora de serigrafia da Escola Guignard – BH.
Em 1983 Vera
Queiroz também ofereceu um curso de iniciação ao papel artesanal e dentre
muitas alunas, duas se sobressaíram: Bárbara Bens, de Porto Alegre, que ensinou
o ofício no Centro Cultural Usina do Gasômetro, trabalhando com Celina
Cabrales. Celina implantou a Usina do Papel, um espaço público permanente de
produção material e conceitual de papel artesanal. A outra aluna, Maria Luedy
Mendes, de Salvador, que montou dentro da Limpurb da cidade - Serviço de
Limpeza Urbana, uma grande Oficina de papel, reciclando e fabricando
artesanalmente papeis para uso da prefeitura.
Em 1985,
Lincoln Volpini e Vera Queiroz, ministraram uma oficina de papel artesanal,
cujo enfoque era o Objeto. Este curso contou com a participação de alunos de
vários estados brasileiros, principalmente, do Sul e a aluna Miriam Pires,
artista plástica de Goiânia, tornou-se expert em Papéis de Fibra de Bananeira.
Participamos
de exposições importantes como O Papel de
Minas -1985 – na Grande Galeria do Palácio das Artes, com Marlene Trindade,
Lincoln Volpini, Diva Buss, Edna Moura, Erli Fantini, Glória Lamounier, Mário
Azevedo, Nícia Mafra, Oswaldo Medeiros, Paulo Giordano e Vera Queiroz; Sete Mulheres Sete Papéis - na Fundação
Cultural de Brasília, com Marlene Trindade, Nícia Mafra, Edna Moura, Gloria
Lamounier, Erli Fantini, Diva Buss, Vera Queiroz e colocamos nos convites,
amostras de papéis feitos pelas papeleiras do bairro Lindéia, alunas da Marlene
e da Diva Buss, cujos cartões eram vendidos pela UNICEF.
Ainda em 1985,
Glória Lamounier, ensinou a técnica do papel às artistas da Escola Guignard,
Helenice Costa, Oneida C. Gerken, Patrícia Figueiredo e Zélia Mendes que
criaram o Grupo Oficina, desenvolvendo um trabalho em equipe, mas depois, cada
uma seguiu o seu caminho na arte do papel.
Participamos
juntos com papeleiros de outros estados, de exposições coletivas como Papel Arte no Brasil em Campinas-SP; Papel Brasil em Olinda-PE, Fortaleza-CE,
João Pessoa-PB, em 1989; Linguagens do
Papel em Americana-SP.
Neste mesmo
ano, Lourdes Cedran, artista plástica e papeleira de São Paulo, contribuiu
muito para a divulgação e conhecimento do papel no Brasil, com os seus mais de
2000 slides de trabalhos e técnicas de papeleiros do mundo inteiro,
principalmente, dos orientais da China, Japão, Índia e outros país. Como
Presidente da Pinacoteca do Estado de São Paulo, promoveu o I Encontro Latino Americano de Papel
Artesanal, com uma grande exposição na Pinacoteca, com trabalhos de
artistas da Américas do Sul, Central e do Norte, com oficinas e palestras.
Neste evento foi criada a Associação
Brasileira de Papel Artesanal na
América Latina, sendo a própria Lourdes Cedran sua presidente.
Em 1990, realizamos
aqui em BH, o II Encontro Latino
Americano e os Dez Anos de Papel em Minas Gerais - no
Centro Cultural da UFMG.
Lourdes Cedran
conseguiu criar dentro da ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel), uma comissão de
Papel Artesanal e com isto realizar várias outras exposições e trabalhos
importantes.
Em 1992
participamos de uma mostra científica - A
Ciência do Papel Artesanal no Brasil
- no Palácio Campos Elísios SP; América
92 - no Museu de Arte Brasileira São Paulo.
Participamos
também do Reciclo IBAC no Rio de
Janeiro e Papel Novamente Papel com
coordenação de Miriam Pires, em Brasília, com uma exposição no Espaço Cultural
508 – Galeria Parangolé - oficinas e palestras no Museu da Memória Candanga.
Em 2000, Vera
Queiroz, participando da Feira de Cerâmica no Mercado Distrital de Santa Tereza
decidiu fazer uma Feira de Papel nos mesmos moldes da Feira de Cerâmica que já
acontecia no mesmo local há alguns anos, com a ajuda de Cau e Laíz da “Frente e
Verso” e Nícia Mafra.
Vera Queiroz
convidou Márcia Gerken, produtora de eventos, para ajudar na organização.
Reuniu vários artistas e artesãos já conhecidos pelo bom trabalho e em dezembro
de 2003, foi realizada a I Feira de Papel – A Artesania do Papel em
Minas Gerais no
Mercado Distrital de Santa Tereza com 31 stands. Um atelier de papel onde,
durante o evento, alguns artistas faziam demonstrações de origami, papel
artesanal, escultura em papel, cartonagem e papel machê. Na sexta-feira à
noite, houve a apresentação do Coral da
Babaya - Escola de Canto, e no sábado e domingo apresentou-se o Grupo de
Chorinho Siricutico.
Em outubro de
2004, fizemos a II Feira no Centro Cultural Casa do Conde de Santa Marinha, com
31 stands e uma Exposição de Artes Plásticas com coquetel de abertura, e
oficinas de origami, cartonagem e cartões durante o evento.
Em 2005
fizemos duas feiras, a III e IV em abril e dezembro, respectivamente no mercado
de Santa Tereza. Na quarta edição comemoramos os 25 anos de Papel em Minas Gerais, com um
encontro entre papeleiros e o apoio do SEBRAE, do Projeto Tzedaka e da ABTCP.
Em Santa Tereza ficamos
até à V Feira. A partir da VI Feira fomos para o Mercado Distrital do Cruzeiro.
Depois da VIII Feira, Vera Queiroz resolveu interromper a feira para repensar,
pois o custo estava muito alto e os patrocínios cada vez mais difíceis.
Resolveu reduzir a feira para 20 stands e propor a divisão das
responsabilidades e dos custos. A marca foi modificada e surgia então a Artesania
do Papel, com novos objetivos e nova
visão. Passou a ser um projeto de todos os 26 participantes - 14 antigos e 12
novos.
Os Antigos: Beth Grossi - origami
e scrapbook, Vera e Liane - Feito à Mão, produtos com papel artesanal, Helenice
Costa - convites especiais, Lenice Góes - bijou e bolsas de papel, Neuma e Andréa
– quilling (O raro do papel), Oneida C. Gerken - papeis artesanais e
encadernações, Tânia El Karim - papeis artesanais, Ricardo Sayão - papelão
prensado, Márcia Meyer - papeis marmorizados e encadernações, Fundação Artes e
Ofícios - papel artesanal-flores-luminárias, Rita Matta - utilitários em Papel,
Vera Queiroz - papel de bananeira e encadernações.
Os Novos: Célio Costa - origami,
Heloisa Trindade - papietagem, Iara Queiroz- papel machê, Lúcia Dias -
Encadernações, Maria Ecir - Encadernações, Mauro Drummond - papel machê, Simone
Villani e Marília - encadernações artesanais-cartões, Alice Mascarenhas -
Escultura em papel, Murilo Pagani - encadernações especiais, Emília Pimentel e
Mirian Magalhães - bolsas de papel, e ainda Valéria Soza - papel machê, que
participou uma vez e Rose Marie - flores de papel artesanal, que participou
algumas vezes.
Em novembro deste ano de 2012
vamos fazer a XIII Feira de Papel.
Vera Queiroz.